segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

"Mas foi no amor que descobri o quanto era mesquinha, egoísta, de um egoísmo feito mais de tristeza do que de outra coisa. Já me confessara a tantos padres mas a verdadeira confissão fiz a ele, Sou ruim, covarde, não te mereço! Ele me acariciava: 'No dia em que ficar de bem com você mesma, então vai ser formidável! Eu também andei muito tempo assim meu inimigo mas passou. Somos muito jovens, Aninha, fortes como os bois que não sabem a força que têm... Acabou a guerra mas logo vai começar outra. E quando não tem guerra tem guerrilha. [...] O negócio é não se amarrar em nada, ficar com os braços livres para dançar, brigar, amar - Ah! Ana Luisa Ferensen Rodrigues. Sabe que tem um nome lindo? Mas tira essa franja , chega de se esconder!'.
Assim como escondi minha testa usei de todos os estratagemas para esconder o meu pobre amor. Para esconder principalmente a esperança". 

Lygia Fafundes Telles. O Espartilho. In: A Estrutura da Bolha de Sabão.