sábado, 28 de agosto de 2010

Apenas Mais Uma De Amor


Eu gosto tanto de você
Que até prefiro esconder

Deixo assim ficar
Subentendido
Como uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor obrigação de acontecer

[...]

É uma idéia que existe na cabeça
E não tem a menor pretensão de acontecer
Pode até parecer fraqueza
Pois que seja fraqueza então,
A alegria que me dá
Isso vai sem eu dizer

Se amanhã não for nada disso 
Caberá só a mim esquecer 
O que eu ganho, o que eu perco
Ninguém precisa saber


[...]

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Exigências para andar ao meu lado...







"Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. 
Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir.
Seja mais forte que eu e menos altruísta! 
Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça.
Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos.
Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste.
Não seja escravo da televisão, nem xiita contra.
Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora.
Tenha amigos e digam muitas bobagens juntos.
Não me conte seus segredos ...
Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções.
Se nada disso funcionar ... experimente me amar!"


Martha Medeiros

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Resposta


Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo
quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando
melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro
antes, durante e depois de te encontrar.
Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é
covarde mas atento, meio frajuto meio autêntico, sumi porque
sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência,
pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu
lado...

Martha Medeiros

segunda-feira, 9 de agosto de 2010



" Era preciso evitar a todo custo que aquela tendência analista, que terminava pela redução do mundo a míseros elementos quantitativos, me atingisse. Precisa reagir. Queria ver se o cinzento de suas palavras conseguia embaçar meus vinte e dois anos de verão."



-História Interrompida. Lispector.


"...sua sensibilidade incomodava sem ser dolorosa, como uma unha quebrada.
e se quisesse podia permitir-se o luxo de se tornar ainda mais sensível,
ainda podia ir mais adiante..."



Eu queria escrever luxuoso. Usar palavras que rebrilhassem molhadas e fossem peregrinas. Às vezes solenes em púrpura, às vezes abismais esmeraldas, às vezes leves na mais fina seda macia


Clarice Lispector