sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

"Desde de pequena essa menina 'natural' e forte de uma densa seiva interior, vê crescerem dentro de si a invenção, a clarividência e a curiosidade [...] de uma sensibilidade complexa e um poder expressivo inato que frisa a magia encantatória. Poeta, as coisas vivem para ela logo que recebem nomes e rótulos, e muitas vezes diferentemente de realidade comum. Porque para essa heroína de olhos fixos nos pormenores, nos mais tênues movimentos da vida, não há uma realidade, mas várias; e todo o seu drama nasce da contradição, do antagonismo de seu mundo próprio, cheio de significados específicos, com os mundos alheios, ou mais vulgares ou impenetráveis"

Sérgio Milliet, "Perto do Coração Selvagem", em Diário Crítico (1944), v.II, pp. 28-29.

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