quinta-feira, 25 de agosto de 2011

"E de repente nos ferimos. Com a boca. Senti seus lábios nos meus, os dentes se chocando, as mãos que seguravam meu rosto, investigando meus traços, eu nascia para dentro, quase gritava, tentávamos desvendar um ao outro mas não íamos além de tentativas, que já fazia angústia em sua mãos como espinhos, subindo por meu corpo inteiro, busca tensa [...] nos desvendávamos com a fúria dos que antecipadamente sabem que não vão conseguir jamais"


Caio F. Abreu. Inventário do Ir-remediável. In: Caio 3D: O essencial da década de 70.

Nenhum comentário: