segunda-feira, 4 de julho de 2011

Lisbon Revisited 1923


[...]
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja de companhia!

[...]


#Alvaro de Campos_ Fernando Pessoa

2 comentários:

disse...

Um dos poemas que mais me identifico com Fernando Pessoa, sem dúvida... Boa escolha, muito boa

Anderson Dias disse...

Ah!!! Lilian, muito obrigado! Que bom que gostaste! xD