terça-feira, 10 de maio de 2011

A Lagarta e EU.


"Quem é você?", perguntou a Lagarta.

"É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto, como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. Me deram um nome e me alienaram a ele."

"O que você quer dizer com isso?", perguntou a Lagarta severamente. "Explique-se!"

"Eu sou um homem fechado, o mundo me tornou egoísta e mau. Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo .Eu receio que não posso colocar isso mais claramente"  replicou bem polidamente.

"Você!", disse a Lagarta desdenhosamente. "Quem é você?" O que as trouxe novamente para o início da conversação.

"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca. Meu Deus, só agora me lembrei que a gente morre. Mas - mas eu também?! Não esquece que por enquanto é tempo de morangos. Sim."

"Bem, talvez seus sentimentos possam ser diferentes", finalizou, "tudo o que eu sei é: é muito estranho para mim"


2 comentários:

Unknown disse...

E não é q começaste bem?! =D Hehehe!

Anderson Dias disse...

Aeh!!! \o/ Minha crítica literária comprada! SHaushuashuasa Por isso q te amo! =*