quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

"Eu só espero que não venha mais ninguém
Aí eu tenho você só pra mim
Roubo teu sono, quero teu tudo
Se mais alguém vier não vou notar
Preciso de você
Pra me fazer feliz
Não quero mais ficar
Aqui"
"....Um Peeta Mellark gentil é muito mais perigoso para mim do que o contrário. Pessoas gentis conseguem se instalar dentro de mim e criar raízes..."

In: Jogos Vorazes

quinta-feira, 20 de novembro de 2014


"...Se eu for adiante nas minhas visões fragmentárias, o mundo inteiro terá que se transformar para eu caber nele"

Clarice Lispector. In: Paixão Segundo G.H

quarta-feira, 19 de novembro de 2014


JULIETA: - Oh, Romeu, Romeu! Por que tu és, Romeu? Nega teu pai, rejeita teu nome por mim. Ou então jura teu amor por mim que não serei mais uma Capuleto.

ROMEU: - Continuarei a ouvi-la ou falo com ela agora?

JULIETA: - Somente teu nome é meu inimigo. Como desejo que tivesses outro nome. Renega teu nome odiado que não faz parte de ti, e me terás inteira.
           
ROMEU: - Então me chama somente de amor e serei de novo batizado.

JULIETA: - Conheço o som desta voz! Não és Romeu? Não és um Montechio?

ROMEU: - Nem um, nem outro, se os dois te desagradam.

JULIETA: - És louco! Como chegaste aqui? Corres perigo. Se algum de meus parentes lhe encontrar aqui, seria a morte.

ROMEU: - Ah, mais perigos há em teus olhos que em vinte espadas.

JULIETA: - Por coisa alguma desejo que te vejam aqui Romeu.

ROMEU: - Basta me olhar com tua doçura que estarei protegido de tanto ódio.

JULIETA: - És louco.

ROMEU: - Prefiro que minha vida seja encurtada por um Capuleto que longa, longe do teu amor.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014



"Fala pra ele
Que a vida é um balão
Pra cuidar do seu coração
E chora
- Pra onde elas vão?
- Embora..."


Cícero. Pelo Interfone

segunda-feira, 10 de março de 2014


"Deixai - ó vós que tendes dedos constantes a deslizar em vossos cabelos - que eles façam domingo em vossas cabeças. Explorai vossas perseverantes companhias; formulai diálogos sem maldade e sem sabedoria; olhai o mar sem sujeiras, a vida sem lama; riscai o ódio e implantai o amor em vossos corações; desejai um mundo limpo, sem guerras. Usai vossos chinelos à vontade. Porque hoje é domingo, pé de cachimbo, e se tiverdes uma roseira regai-a agora, dando-lhe lembranças minhas. Feliz Domingo!". 

Eneida De Moraes. Pé-de-Cachimbo. In: Aruanda. 

sábado, 5 de outubro de 2013


Os delicados preferem morrer – escreveu C. D. A. Mas os delicados aos quais se refere o poeta não são aqueles que apanham a luva que caiu, no tempo em que se usava luva. Ou que cedem a poltrona na sala repleta ou que seguram a porta do elevador enquanto as senhoras estão saindo, não se trata dos delicados dos manuais de boas maneiras mas de um tipo de delicadeza que revela a falta de vocação para a vida. Os delicados podem ter vocação para o piano. Para o teatro. Para a poesia. Para o magistério. Vocação para a máquina, H. O. era um excelente relojoeiro. S. V. era outro delicado, um físico raro que estudava a estrutura da bolha de sabão. Mas nenhum deles com vocação para viver. Com toda a sua vitalidade, o moço do trapézio voador que só voava sem rede também era um delicado, minha mãe tapou meus olhos mas pela fresta negra dos dedos – ela usava luva – vi o corpo de giz branco ir se fazendo vermelho na lona do picadeiro, ele queria isso, disse o gerente do circo. Ele esperava por isso. Minha colega de Academia não contava as pílulas dos tubos que ia engolindo, um primo míope tirava os óculos para não ver o sangue enquanto ia cortando os pulsos com gilete azul – todos os delicadíssimos saindo sem ruído pela porta da morte que é a mais fácil. Sem olhar para trás.
(Lygia Fagundes Telles, in A Disciplina do Amor)

quinta-feira, 5 de setembro de 2013



"Olhos fechados o dia claro, uma preguiça enorme alastrada pelo corpo todo impedindo-me de levantar, de trabalhar. Uma bruta vontade de não ser ninguém. Certos dias que costumo chamar 'por que não nasci eu um simples vagalume?'"

Eneida de Moraes. Clócló entre oceanos, mares e rios. In: Aruanda.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

"Sim, sim, foi isso, não fugir de mim, não fugir da minha letra, como é leve e horrível, teia de aranha, não fugir de meus defeitos, meus defeitos, eu vos adoro, minhas qualidades são tão pequenas, iguais às dos outros homens, meus defeitos, meu lado negativo é belo e côncavo como um abismo". (p.135)

Clarice Lispector. In: Perto do Coração Selvagem